Poeta e Poesia

Eco-poeta

No final dos anos 70, participei de um evento de poesia em homenagem ao tropicalista e genial poeta piauiense Torquato Neto, no campus da USP, onde Arnaldo Antunes e Paulo Leminski, ilustres e ainda desconhecidos participantes, recitaram poemas.

Nos anos 80, fui produtor, editei e publiquei, 85 modelos de postais poéticos, reunindo os meus melhores poemas e de vários outros poetas, tiragem de 5.000 mil cartões e várias séries de camisetas com a mesma proposta poética, materiais com os quais viajei e divulguei esse trabalho pelas universidades do país, nos encontros anuais da “SBPC”. Estive em Brasília, Belo Horizonte, Recife e São Paulo, etc. Na capital paulista, participei de algumas Bienais Internacionais do Livro, realizadas no Pavilhão das Bienais no Parque do Ibirapuera, nesses eventos fui parceiro da “Cooperativa de Poetas do Rio de Janeiro”, cooperativa qual o poeta, escritor e meu amigo Paulo Lins (Cidade de Deus), foi um destacado integrante.

Nos anos 90, em Visconde de Mauá, R.J. / M.G. onde vivi por 16 anos, conheci o “Coyote”, e o seu querido autor, o escritor e psicanalista Roberto Freire, que me influenciou e reforçou ainda mais os meus ideais libertários de poeta. Nesta mesma época, conheci Décio de Melo e Regina Garbelline, autores do Livro da Tribo, vendido e distribuído por duas grandes livrarias, Saraiva e Siciliano, entre outras, uma agenda anual recheada de pensamentos, poemas, humor. Sou publicado por eles já a 14 anos. Como ator, trabalhei na cidade do Rio de Janeiro com um grupo de poetas também atores, autores, com o espetáculo: “Brasil que História é Essa! De 1500 ao roubo da LBA”, destacando duas das mais importantes apresentações do grupo, na “Rio Eco 92”, em São Paulo no evento “Vigília do julgamento dos Assassinos de Chico Mendes”.

Atualmente vivo em São Paulo, onde sobrevivo no momento fazendo teatro infantil de educação ambiental e artesanato (faço roupas em casa com minha mãe - o nome da minha logomarca poética : “ATALHOS E RETALHOS”.

Fazemos roupas de retalhos, quais são carinhosamente chamadas pelas pessoas de “Roupas de Palhaço” ainda nessa mesma linguagem produzo camisetas,com os meus poemas resgatando a memória dos palhaços brasileiros, homenageando-os.

E o Palhaço sabe da responsabilidade de ser o nosso principal representante, tanto que tentamos imita-lo a todo o instante.

Piolin: Me fizeram perder o sono, mas eu ainda não perdi o sonho.

Arrelia: Tem gente que acha, que o artista é palhaço e vive de graça.


Poesias

 

 

Boi Bamba (Boi Bumbá)

 

Vou avante, sigo em frente

Sou representante

desse povo irreverente

Que anda na corda bamba

Sou o Boi Bamba, acorda gente!

Um Boi Ecologista, equilibrista

na defesa da natureza

Verde até em baixo d;água, artista

Prá me garantir,

já até fiquei foi

no boi Garantido

Sangue quente,

índio, vermelho, minha tribo

Brasileiro esperto sou sabido,

Uma mistura de tanta gente

Sou diferente no ritmo dessa toada

Que mais me lembra um samba

No som do bumbo, vou na fé

Sou um Boi Bamba, Sou um Boi Bumbá.

(Milton Aguiar)

 

 

“Rap das Águas"

(Solte seu grito que ressoe num eco-eco-eco-lógico)

Vem da Floresta o Senhor Eco,

com o seu grito de alerta, e aqui,

o nosso grito de protesto.

Será que ninguém vê,

que esse rap é uma piada,

que o petróleo ta acabando,

a água doce se esgotando,

tá vazando pelo cano,

na maior barca furada.

O Planeta tá secando,

o Planeta tá com sede,

de língua cansada.

O Planeta Pé-de-Água,

água alimenta, é condutor,

combustível da vida,

tá faltando mais amor pro motor,

que já ta pela reserva,

no final do estoque,

ouça bem esta batida,

ouça bem este meu toque,

de quem canta

os seus males espanta

e as suas mágoas

e este, é o Rap das Águas.

 (Milton Aguiar)

 

 

Rap do Tomacate

 

Ainda perco a timidez,

de um Pé de Alface, quase nasço Espinafre,

que confuson! nasço,apareço, enton!

mistura do Tomate com o Abacate,

meu nome é Tomacate,

Bichinho Virtual Japonês.

Um, dois, ainda perco a timidez, saio da casca do Arroz,

um dia amadureço , eu vou ter a minha vez

e quando for nascer de novo quero ser normal,

da forma mais natural, eu arrebento, eu arrebento,

Disse o Professor Pardal para o Pinóchio,

Enorme é o nariz de quem mente,

isto não é invento que se apresente,

Ninguém é Burro nem Jumento,

Por fora bera Viora, por dentro pão bororento.

Eu não sei brincar, sou rouco por experimentar,

fórmulas invento, não tenho identidade,

gosto mesmo é de me misturar.

Genial! Soja com Abóbora, Tomate com Abacate,

Beterraba com Limon, Merancia com Meron,

Me sinto todo merado, sou um Pé de Cana, Açúcar com Mamon.

Baçã! Eu não sei brincar de Uva, Pêra, Maçã.

Ah! Como sou Raranja, sou Banana, sou é um Goiabon,

Non sei non, o que realmente sou,

Eu não sei brincar, por fim fui me misturar,

O Caju com o Caqui, Xi! Olha no que deu, foi Angu de Abacaxi.

Cínico,eu! Não, Cênico!

Sou fruto, nascimento

de um perigoso cruzamento,

um arimento transgenico.

(Milton Aguiar)

 

Ando com a cabeça  

 

Ando com a cabeça

nas nuvens

e com as mágoas

fico nublado

feito chuva,

eu choro

água é tinta

que escrevo,

me lavo,

deságuo.

Meu coração quebrou

todas as correntes

com certeza

escorregou livre

pelas correntezas.

 

(Milton Aguiar)

 

 

A Palavra


 

A palavra opera,

operária em construçaõ.

Toma forma se edifica,

cria vida, voa alto.

A palavra concreta expressa,

sem o cimento frio que estático

é livre porque aquece.

A palavra planta, tem raiz,

rasga a terra, ouvidos.

A palavra é trigo,

ceifada, alimenta, é pão.

A palavra caminha por si só, vai longe,

palavras aos montes, dom das palavras.

Poeta da onde as tira?

para enfeitar a tua amada.

Palavra com movimentos,

palavrão, vala, vulcão,

que acende no seio quente dela,

que vem das tuas bocas,

lábios, vagina que me chama.

Na palavra com o meu próprio espelho eu me vejo.

A palavra viagem é de inumeras imagens,

cada qual com suas doses.

Da nova palavra que crio,

piro palavras, piro poesias.

A palavra daninha que corrói o papel e a alma.

A puta palavra prostituta,

palavra bruta que se prolifera,

surda social, executa.

A palavra repressão, espanca, arranca,

dilacera, acelera, tampa o veio da água viva, vida.

A palavra corrupta, ditadura, a palavra luta,

palavra que excita, incita, real,

A palavra destemida, a palavra fere, é fera,

A palavra entupida, sem gás nem gasolina.

A palavra bomba atômica,

detona todas as silabas tonûs,

das entranhas do nosso cranio.

A palavra poder poda é foda,

A palavra poe a prova

pau e pedra no seu juizo mexe,

faca afiada fatal.

 

(Milton Aguiar)

 

 

  

Consumo 

 

 

 

 

Consumo!

Assumo?

Viro suco,

ou sumo!

Acúmulo,

o cumulo,

o máximo

do supra sumo.

 

(Milton Aguiar)

 

  Paulete Brasil (Viúva do Pau Brasil)

Esse Brasil que ainda vive dando pau”

 


 

Para fazer essa cena, passo mal,me sinto toda emocionada, sou passional. também pudera, logo eu, fui escolhida

para homenageá-lo, fazer mais esse difícil papel, de que adianta agora que ele já foi pro saco, pro beleléu.

Não! Não! Não! Eu não quero palmas, exijo respeito,

quero os meus direitos, exijo minha indenização,

Nós que fomos tão podados, cortaram nossas raízes, a alma e o coração. majestoso, vive politicamente criticado na boca do povo, intensamente explorado, mas generoso, esse Brasil que ainda vive dando pau, que gerou imensa riqueza ao reino de Portugal.

Ele que ainda respira, vive na nossa memória, responsável por escrever a nossa história, poeta de muita sensibilidade, um gênio gostava era de viver no mato, companheiro adjunto, junto das florestas densas, tranqüilo e calmo, não sentia nenhum afã, não era fã, não se identificava com cidades, tinha o maior gás, era cheio de oxigênio.

Se estivesse vivo, no nosso meio, na pátria, no nosso seio,

Contribuiria contra o aquecimento global,

O que agora! como tanto faz, como tanto fez.

Pau- Brasil, quantas saudades você me traz.

Pau-Brasil, pra toda obra, o que restou de você foi uma pequena sobra, pai dessa nação obra mais que grandiosa.

Eu o amei profundamente, o conheci e bem sei que

Aquilo é que poderia ser chamado de madeira de lei.

Bom de bico, ele era todo cheio de verso e prosa,

Que mãos habilidosas, me tocava como se toca um violino,

Com o verdadeiro romantismo de um menino,

Eu me entregava, nos seus arcos, nos seus braços,

Nos seus abraços, galhos, cipós, laços.

Me destes foi um grande filho, o “Brasil,

Fostes você que originou o nome do nosso país.

Meu principal parceiro, como é que eu fico sem este meu artista multiarte, figurinista, que como ninguém tingia tecidos, assim também vou acabar sendo extinta,

Sem essa sua veia criativa, o seu sangue, a brasileína, a sua tinta de escrever, meu roteirista.

 

  

 (Milton Aguiar)   

 

 

 Agora

 

Agora

a guerra

é a da água

estão liquidando

o liquido

 

T-iradas: Milton Aguiar

 


Novidades

Evento

20/07/2009 01:44
Agenda de apresentações...

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Eco-Poeta

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Cartazes

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